Estimados leitores! Hoje contamos com a colaboração da Farmacêutica Michele Alves, também leitora do nosso blog e que nos ajudou com um texto bastante interessante, que serve de alerta para muitos familiares sobre os risco e implicações da obesidade e da má alimentação infantil.
"A
obesidade e sobrepeso já atinge aproximadamente 35% das crianças
brasileiras. Como consequência do excesso de peso, ocorre uma serie
de alterações metabólicas como dislipidemia, intolerância a
glicose, hipertensão e complicações cardiovasculares. Dados do
U.S. Public Health Service (Departamento
de Saúde Pública Americano),
demonstram que 25% das crianças nos Estados Unidos, apresentam
níveis de colesterol acima do desejável. Estudo semelhante ao
americano, realizado
em estudantes de 7 a 14 anos, em Campinas (SP),
demonstrou resultados semelhantes. O aumento dos casos de diabetes
também assusta, chegando a um milhão no país. Em outras palavras,
a obesidade e suas consequentes complicações, devem ser vistas como
uma epidemia que representa um enorme risco a vida.
O
uso de medicamentos em crianças, raramente é aconselhável. Não há
terapia medicamentosa específica para pacientes abaixo de 12 anos de
idade, além de dificuldades na administração e adesão ao
tratamento desses jovens pacientes. Os poucos fármacos que
apresentam nível de segurança mínimo para serem utilizados, apenas
serão após a analise do risco x beneficio, uma vez que, o próprio
mecanismo de ação pode representar riscos ao desenvolvimento desse
grupo de pacientes. Para os casos de dislipidemias, por exemplo, o
tratamento medicamentoso apenas é realizado após os 10 anos de
idade, caso haja falha nas medidas dietéticas. Com o diabetes, não
é diferente. O uso de medicamentos ainda e alvo de discussão entre
especialistas e não há consenso sobre a sua utilização.
Em
adolescentes que fizeram uso de uma classe conhecida como Biguanidas
(classe
de medicamento geralmente recomendada para o controle dos níveis de
glicemia),
as reações adversas gastrintestinais (dor abdominal e diarreia)
atingiram 25%. Como se pode observar o assunto é sério, preocupante
e merece toda a atenção. Evidentemente, existem casos em que há
fatores genéticos no desenvolvimento desse quadro, porém, não se
pode ignorar a parcela de culpa dos pais.
A
alimentação incorreta ainda representa a principal causa de
obesidade em crianças e adolescentes. Vale ainda lembrar que todas
as doenças relacionadas acima, evoluem silenciosamente ou com
sintomas discretos, podendo causar danos permanentes.
Finalizando,
seria impossível não dizer que “quem ama, educa”. A
educação alimentar também faz parte daquilo que você espera que
seu filho seja, pois independente do caminho que ele siga, sua
jornada será mais feliz se houver saúde".
Texto escrito pela Farmacêutica Michele Alves